sábado, 11 de maio de 2024

Dicas para escrever: Coisas que aprendi como escritora (Parte 2)

 
Olá, pessoal! Como estão? Eu espero que bem!
Cá estou hoje trazendo a continuação de um dos temas do "Dicas para Escrever", que é a nossa sessão aqui no blog onde ofereço as minhas migalhas de conhecimentos literários, seja sobre o ato da escrita em si ou sobre o mercado e ser autor por ai.
Continuamos hoje com o "Coisas que Aprendi como escritora", lembrando que quem quiser ler a primeira parte já está disponível!
Vim oferecer mais um pouco da pequena experiência em 20 anos escrevendo as minhas histórias - lembrando que essa contagem é de quando eu escrevi o primeiro livro. E confesso que são coisas que eu gostaria muito que alguém tivesse me falado em algum momento, mostrando uma realidade, me pouparia bastante dor de cabeça.
Já enrolei demais, então vamos começar!
 

Seu primeiro leitor é você mesmo

 
Essa aqui vai ser bem controversa na visão de alguns autores ou até de algumas pessoas que enxergam o livro como um produto (o que não deixa de ser verdade). Alguns podem até dizer que você tem que escrever aquilo que está na moda, aquilo que os leitores querem ler ou coisas do gênero. Isso é um ponto a se considerar sim, mas, por outro lado, levando em conta minha experiência, eu normalmente nem gostava tanto do que estava em alta para poder escrever algo relacionado.
O que eu geralmente penso quando quero escrever um livro, um conto, alguma história é sobre eu querer contá-la, sobre ser alguma coisa que eu gostaria de ler. (Coçar a minha coceira, como disse numa Edição do Boletim de Anelândia.)
E foi desta forma que algumas das minhas obras nasceram! As Aventuras de Jimmy Wayn nasceu desta forma, pois começou a explosão dos livros adolescentes, mas a imensa maioria deles eram narrados pela protagonista feminina. Eu queria um que o menino fosse o narrador, só uni a vontade a inspiração na pessoa real (não sei se todos sabem, mas parte dos personagens deste livro são inspirados em pessoas que conviveram comigo).
Antes de ser escritor, todos nós também somos leitores. É preciso que a história que estamos escrevendo seja atrativa para nós também. Afinal, por que você escreveria algum livro com uma história ou temática que não gosta? (Levando em conta que não seja um livro encomendado, é claro!)
Pelo menos comigo, eu preciso estar gostando da história que estou escrevendo, para ter vontade de continuá-la e terminá-la.
Uma coisa que eu sempre digo é que costumo escrever para mim mesma quando começo algo novo! A primeira leitora sou eu mesma! Em vários momentos me pego até relendo várias coisas que escrevi, seja para revisar e poder continuar ou só porque eu gosto muito!
Obviamente, depois essa história se torna dos leitores e do mundo. Só que lá no começo, quando ela está no meu arquivo guardado, eu sou a primeira leitora dela.
Então, sim, todos nós somos os nossos primeiros leitores! Até para poder fazer nossas próprias autocríticas!
 
 

Nem sempre vai ser fácil

 
Verdades difíceis de engolir, mas que ainda são verdades!
Até porque se fosse fácil, a gente estava sentado num pudim docinho!
Terão dias bons e ruins como em qualquer profissão! Nem sempre vai ser aquele dia mais inspirado e talvez não saiam tantas palavras na sessão de escrita. Nem sempre vai ser o melhor dia para poder postar o capítulo em plataformas gratuitas. Nem sempre vai ser o melhor dia de vendas, seja em físicos, seja em digital. Nem sempre vai ser o melhor evento, você pode ficar sentado o dia todo e não vender nada. Nem sempre vai ser fácil! De verdade!
A carreira de autora exige muita força de vontade, muita dedicação e também muita, mas muita, paciência. Ser escritor neste país é literalmente nadar contra uma correnteza e brigar todos os dias para ter um espacinho para chamar de seu.
Além de serem muitos autores, ainda temos um mercado bastante complicado - que nem cabe falar aqui. Sabemos bem como é difícil ver algum escritor que vive de seus livros, a maioria até aceita que é um trabalho secundário ou só um sonho que a gente quer muito.
Pode ser que não sejamos tão produtivos quanto queremos ou divulguemos bem como queremos, por conta de outras circunstâncias, como outro trabalho.
São situações diferente para cada um e só cada um sabe onde o nosso próprio calo aperta! Mas, já ter a consciência da dificuldade é um pequeno avanço! Saber lidar com isso também! (Como em qualquer outra carreira.)
 
 

No fim, vale a pena ver o livro pronto e publicado

 
E apesar de tudo, do trabalho, da persistências e das dificuldades... Lá no final, ao ver seu livro lindo cheiroso maravilhoso completinho, prontinho e publicado vale muito a pena!
Por esse desejo, essa felicidade, essa realização que muitos autores ainda continuam nessa trajetória!
Aqui não falo só da publicação do livro em qualquer formato, mas também de concluir outras etapas. Seja só terminar de escrever o livro, que já é o primeiro grande passo. Fazer uma história do início ao fim não é para qualquer pessoa. Muitos já veem realização só de terminar de contar a história que queriam. (Porque isso requer também planejamento e compromisso!)
Seja também cuidar de cada uma das outras etapas que vêm depois, como revisar, diagramar, fazer a capa, impressão (se tiver) e finalmente trazer oficialmente aquele livro ao mundo.
Fica sempre um misto de emoções, porque é conclusão de uma etapa que tomou muito tempo e também as preocupações; a despedida dos personagens e daquela história, querendo que eles alcancem os leitores e pensando mais alto: o mundo.
Chega até a rolar um leve esquecimento de todo o trabalho por trás, só para poder curtir esse momento de: Finalmente terminei meu livro ou Finalmente publiquei meu livro.
Nem todos que se dedicam a um projeto, independente de qual seja, é capaz de terminar.
Acontecem muitas coisas no caminho que impedem ou deveriam impedir isso, porém só de terminar, como falei, é uma grande vitória.
Digo isso com propriedade até, porque já publiquei alguns livros meus em ambos os formatos, e mesmo com todos os estresses e dificuldades, ainda tenho um orgulho enorme de ter conseguido publicar meus livros. Foi a conclusão de tanta coisa, pois meus livros passam anos comigo. Fica muito se fossem filhos crescidos indo embora de casa, conquistar suas próprias vidas.
Ainda lembro, claro, dos estresses, dos perrengues, do dinheiro que gastei, do quase prazo que eu perdi... Tantas coisas! Só que eu lembro de abrir o livro pronto, quando ele chegou em casa e simplesmente esquecer tudo, só pensar naquele agora e naquela realização.
Então, sempre fiquem de olho nas metas lá da frente, quem sabe isso num dá um gás maios para sempre continuar e jamais desistir!
 
 
Bem, pessoal, é isto!
O que acharam desta segunda parte? Fez sentido para vocês? Comentem ai e vamos conversar!
Até a próxima!
 
 

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