terça-feira, 28 de abril de 2015

Dicas para escrever: Pontuação e Diálogos

Esse é o quarto Dicas para escrever que eu faço aqui no blog.
Podem conferir os outros: Dicas 1, Dicas 2 e Dicas 3.
E para hoje escolhi mais dois tópicos para falar sobre e até de uma maneira pincelada: Pontuação e Diálogos.

Pontuação

Esse tópico se trata de colocar as vírgulas e pontos nos locais certos.
Claro que existem outros sinais de pontual, como os dois pontos, travessão, exclamação e interrogação. Falarei um pouco sobre cada um deles.
   Vírgula (,): Indica a separação de alguma ideia, quando há uma sucessão de ações, ajudando a evitar a repetição do sujeito. Também deve ser usada para separar os vocativos e os termos de mesma função.
Ex: A menina chegou a casa, trocou de roupa, sentou-se no sofá. <- Sucessão de ações
Amiga, para com isso! <- "Amiga" é vocativo. Vocativo é quando você chama alguém por nome apelido, pronome de tratamento, outros.
Ela tinha blusas, saias, sapatos e meias perfeitas para escolher o que usar. <- Vários termos do mesmo tipo: blusas, saias, sapatos.
   Dois pontos (:): É usado quando você quer indicar alguma coisa (citação, explicação) e também antes dos discursos diretos. (Explicarei isso lá na frente).
Ex: Fulana gosta de três coisas: Chuva, frio e cobertor. <- No caso é um aposto explicativo, mas ainda assim é "explicação". :3
É como diz a frase: Sua inveja faz a minha fama. <- Citação
   Travessão (–): Para fazer uma observação, ao invés de usar parênteses. Para indicar uma fala de personagem no discurso direto.
Ex: Ela estava com um vestido azul – a sua cor favorita – e longo. <- Observação
–Oi, tudo bem contigo? <- Fala de personagem
   Exclamação (!): Indica surpresa, grito, interjeição, ou seja, expressões mais extremas.
Ex: –Amiga, obrigada pelo presente! <- Surpresa
–Não me diga o que fazer! Você não manda em mim! <- Grito
–Ei! Pare!  <- Interjeição
   Interrogação (?): Indica pergunta, dúvida. (Isso é tão óbvio quanto andar pra frente.)
Ex:
O que ela faria? Nem ela mesma sabia. <- Dúvida
 –Aonde pensa que vai, mocinha? <- Pergunta (E bronca.)
Claro que aprender a usar isso leva um tempinho, mas nada que um pouco estudo não resolva.
Mas de básico de cada um desses é só isso.
Tem alguns outros sinais de pontuação, mas resolvi citar só estes mesmo.

Diálogos

Agora sim, vamos falar um pouco sobre como escrever as falas dos personagens.
Diálogos são quando duas ou mais pessoas trocam, conversam entre si. Se fizer isso sozinho chama-se monólogo (de um só, claro).
E para se ter um diálogo precisamos de personagens falando. (Capitão óbvia ataca novamente!)
E como se retratar a fala de um personagem? É mais simples do que parece.
Existem duas maneiras de se fazer isso, através dos discursos direto e indireto.
Falando em ordem e superficialmente.
   Discurso Direto: Quando a fala é reproduzida na íntegra, ou seja, com as próprias palavras do personagem. Aqui no Brasil é feito com uso do travessão (), mas nos livros "estadunidenses" são feitos com o uso das aspas duplas(""). (Meu irmão que fala isso, porque americanos todos nós somos.)
Ex: Venha ao apartamento 407. Temos um assunto sério a conversar! disse ela, fervorosa
"Agora você tem que ir. Daqui a pouco ela chega e eu preciso me recompôr." Despediu-se.
Deixei um exemplo de cada forma para vocês verem. No caso de se continuar a fala, já que ela foi "interrompida" é colocando um outro travessão depois da descrição ou abrindo outras aspas e seguir com a fala.
Recomendo que quando tiverem mais de dois personagens numa mesma cena, sugiro que usem um bocadinho das descrições, tipo, disse fulano, falou ciclano, porque assim os próprios leitores não se perdem no meio de tanta falação.
Quando tem apenas dois personagens eu costumo fazer um bate-bola, um fala de cada vez. Exceto que se fala for interrompida, mas ai coloco reticências (...) e coloco na linha de baixo: Beltrano se meteu/interrompeu-o e colocando a tal fala depois.
   Discurso indireto: Quando a fala é reproduzida indiretamente, ou seja, quando você acaba "falando pelo personagem".
Imagine que alguém te peça para perguntar algo para alguém, passando recado mesmo. Depois que te pediu para fazer a pergunta chega e fala: Então, o que fulano disse?
Ai você diz: Fulano disse que isso, isso e aquilo outro.
Isso que caracteriza um discurso indireto, quando você pega o que lhe foi dito e passa para sua próprias palavras, mas descrevendo a resposta recebida do que a citando mesmo.
Com os exemplos dará para entender.
Ex: Ele disse que não me queria mais, que estava em outra, precisava mudar os ares dele e estava cansado do meu grude.
Pode-se perceber que não teve uma fala sequer. O discurso indireto serve para você dar um quebrada nos trechos de diálogo. É bom alternar entre as duas para que não acabe ficando muito massante e cansativo para quem ler.

Bem, pessoal, essas foram as dicas de hoje. Espero que tenham gostado.
Qualquer dúvida é só perguntar ok?
E não levem isso aqui como a verdade suprema a ser dita.
Beijos!

2 comentários:

Gislaine disse...

Oi Ane, tudo bem???? Adorei suas dicas.
Eu com as vírgulas, era um caso sério sério, hahahhahah. Mas estou estudando bastante nisso. Confesso que quando escrevo com pressa, como agora, por exemplo, as coisas ainda não saem como eu gostaria. Mas pelo menos quando reviso o que escrevi, consigo perceber os erros. E isso ajuda bastante a minha revisora que sofria comigo no começo, hahahahha
Sobre os diálogos, eles já são tranquilos para mim.
Estava em uma oficina de crônicas esses dias e o professor mesmo comentou que eu usava bastante o uso dos diálogos. Que isso era complicado, pois muita gente se perde. Mas que eu conseguia fazer bom uso deles. Acho que é pq falo demais mesmo, ashauhauahau. E essa coisa de "ele disse" "ela interrompeu" é bem importante. Sem falar em outras ações, como cruzar os braços, arrumar o cabelo, coçar o nariz. Afinal quando conversamos não ficamos parados igual dois robozinhos, kkkk
Beijão e adorei a postagem =D
http://profissao-escritor.blogspot.com.br/

Francine Porfirio disse...

Ótimas dicas, flor!
Eu sei que a minha narrativa envolve muito discurso indireto, o que é diferente do que mencionou aqui. Gosto de descrever o modo como as pessoas falam as coisas, mas reconheço que isso pode se tornar cansativo. Estou tentando amadurecer e me policiar para que isso não se torne frequente.

Beijos!
http://www.myqueenside.blogspot.com