Ontem foi dia dos namorados. E bem, pelo título já dá para perceber que não é sobre isso que vou falar. Na verdade, vou falar um pouco – de novo – sobre essa vida de ser escritora e também estereótipos em cima das mulheres que escrevem.
Muita gente pensa que por eu ser mulher, menina, do sexo feminino que eu necessariamente escrevo romances. Romances românticos que eu quero dizer. Confesso que realmente tenho algumas das minhas histórias que se caracterizam dessa forma, até porque é realmente um gênero que gosto tanto de consumir quanto de escrever. Porém, não significa que eu só escrevo isso.
Quantas vezes já não vieram para mim, depois de descobrirem que sou escritora, e me perguntaram quais eram os romances que eu escrevia? Por que necessariamente esse tipo de pergunta pra mim? Porque sei bem que com um homem essa pergunta seria bem diferente. Seria algo como: E você escreve o quê? – perguntando sobre o gênero.
Não sei em que universo tiraram que só homem pode escrever diversas coisas e mulher só uma? Estou falando aqui de uma opinião e pensamentos bem arcaicos e antiquados. Enfim, talvez esteja sendo a “feminista chata”, mas é algo a se refletir.
Sim, eu escrevo Romances – com R maiúsculo – que é uma coisa bem diferente do com R minúsculo. São histórias com gêneros diversos – seja aventura, fantasia, sci-fi, juvenil -, com múltiplos personagens, cenários e tramas. Histórias que vão muito além de um casal que se apaixona e termina junto. O que eu escrevo tem a ver com a multiplicidade que eu mesma sou! Escrevo desde criança, então escrever é praticamente me conectar com aquele meu eu infante e que tinha todos os sonhos e brincadeiras do mundo. A última coisa que naquela época pensava era em namorar e casar e tudo mais. Na real, eu só queria era ser um Super Agente (e até hoje eu quero).
E claro, não generalizando também, tem as escritoras que realmente escrevem seus romances e se é isso que elas gostam, está tudo certo. Cada escritor escreve o que quer, desde que não fique cagando regra no livro dos outros. Ninguém é melhor ou pior do que ninguém porque escreve o tema X ou o tema Y. E parem de rebaixar o romance e dizer que é um “gênero feminino”, porque é feio e ridículo. Deixem as moças escreverem os Romances que elas quiserem, com elementos fantásticos, com elementos espaciais, com o próprio romance em si – mesmo que bem implícito. Só não menospreze o nosso trabalho por sermos que somos!
Já chega do mercado literário machista. Apenas deem espaço não só para as moças, mas para todas as outras minorias!
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