sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Cada dia se sentindo uma "autora de bosta" diferente


Mais um dia e mais um texto sobre essa minha vida de autora.
Não sei se vocês sabem, mas eu tenho uns pequenos problemas com a minha autoconfiança. Especialmente quando se trata dos meus livros e da minha carreira literária.
Porque eu sempre me pego pensando se estou no caminho certo, se o que eu escrevo faz sentido, se muda a minha vida ou de outras pessoas. Se ela inspira outros sabe?
E assim, sei que é muito, mas muito injusto ficar medindo com a régua dos outros, mas eu não consigo mesmo evitar de ver outros autores alcançando coisas, seja prêmios, vendas, qualquer coisa e não me sentir até impotente diante disso.
Por favor, não me entendam errado. Não quero dizer que os meus colegas não merecem o reconhecimento que tem. Merecem e muito! Eles fizeram por onde para tal.
Só que tudo isso me faz ficar pensando se eu mesma mereço as mesmas coisas. Até na Bienal do Rio no ano passado, tinha hora que a minha ficha parecia que não tinha caído sabe? É confuso, eu sei! Ainda bem que a pessoa aqui faz terapia, imagina se não fizesse.
Então, eu fico meio no tom de deboche e digo: Cada dia me sinto uma "autora de bosta" diferente.
Porque é bem complicado em alguns momentos. Parece que eu nado contra uma maré bem forte e tem hora que ela me arrasta de volta alguns metros. A margem que preciso chegar é a do meu sucesso na carreira como autora.
Eu sei que é uma das coisas que mais almejo e quero, mas tem dia em que eu duvido real do meu potencial e das minhas capacidades. E por infinitos motivos!
Eu me pergunto se o que eu faço é importante.
Por um lado eu sofro por não conseguir e sofro pelo outro também porque não consigo me imaginar fazendo outra coisa.
Eu sei que é confuso. Peço desculpas pela pessoa complexada que eu sou!
Enfim, tenho ciência que devo fazer tudo a meu próprio tempo e minha própria medida. E finalmente, depois de 15 anos praticamente como escritora, alcancei algo. E a meta é alcançar cada vez mais e um passo de cada vez!
E claro, deixar de se sentir "autora de bosta" e passar a ser uma autora maravilhosa - isso eu já sou, eu sei -, mas por completo.

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