terça-feira, 19 de março de 2019

Precisamos falar sobre... #18: Cobertura Jornalística e Sensacionalista


Olá, pessoal! Tudo bem?
Enfim, mais um tipo de postagem dessa se faz necessária. Ainda mais com a quantidade de atentados na última semana, especialmente a da escola em São Paulo. Mas, calma que eu não vou ficar focando nisso, pelo menos não no caso em si.
Bem, eu como uma pessoa formada em jornalismo confesso que tem uma coisa que me incomoda: Sensacionalismo.
Na verdade, me incomoda desde antes mesmo eu pensar no meu curso.
Aquele modo de dar notícia fazendo de tudo um espetáculo, como se fosse um teatro e eles está cobrindo a estreia do acontecido.
Um exemplo disso seria o Programa Cidade Alerta e os derivados desse tipo. Eu não gosto de assistir a nenhum deles.
Mas, o que o caso da escola em Suzano tem a ver com isso? O que fizeram na cobertura. Aliás, o que fazem em qualquer cobertura desse tipo. Eles mantêm o foco mais nos assassinos do que nas vítimas.
Eles já falaram o que eles faziam ou deixavam de fazer e por quanto tempo planejaram isso. Tudo bem que essas notícias saem por causa da investigação, porém as vítimas se tornam apenas um número em meio a isso tudo.
Esse caso é uma tragédia - causada pelo homem - diferente de outras que também aconteceram este ano, como o rompimento da barragem em Brumadinho, que essa sim teve um foco nas vítimas, até porque foi mais "desastre natural", com muitas aspas mesmo.
E eu não sou a única a levantar esta mesma questão de se focar mais no causador do que nas vítimas. Não é a primeira vez e nem vai ser a última. Entendo bem que é isso que dá audiência, que chama atenção e que choca.
A gente só está sabendo da parte boa da escola em Suzano por causa da internet, porque na TV eu não vi nada além de falarem dos assassinos e da quantidade de mortos.
E por que estou falando disso? Porque existe gente que assiste essas coisas, com toda essa riqueza de detalhes e se já tiver alguma tendência, ela tem um tutorial todinho de graça para ela. (E também não são coisas boas de se ficar vendo. Não para mim ao menos!)
Alias, a mídia nesses casos acaba até sufocando. Eu vi a forma como eles queriam entrevistar os jovens que recém saiam da escola. Gente, tudo isso só para ter uma entrevista exclusiva? É sério mesmo?
Outro caso sufocante e que foi extremamente coberto foi com a Eloah. Para quem não lembra, é mais um caso de namorado que não aceita final de relacionamento. Então, ele foi à casa dela e a fez de refém por uma semana. E claro, lá estava a cobertura na TV em tempo real. A Sônia Abrãao entrevistou o cara - que não o nome - durante tudo aquilo. Cês tem noção do quanto isso é surreal?
Sério, tem que só parar! Para que tá feio!
Pode fazer a cobertura, não é errado, até porque é notícia, não é? Só não precisa ser dessa forma apelativa. Na internet é querendo like e na TV é que querendo audência.
Eu como uma pessoas formada em jornalismo chego a ter uma vergonha alheia disso.
Vou deixar um vídeo do Cadê a Chave? que ilustra bem esse assunto também.
E ai, o que acham? Concordam ou discordam.
Vou ficando por aqui.
Até a próxima!

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