terça-feira, 16 de maio de 2023

Direito de escolha


Pelas minhas andanças na internet e tem uma coisa que eu vejo e que sempre me pega. Influenciadoras que tem filhas e mostram o momento de fazer o furinho na orelha. Claro que em algumas dessas imagens, a bebê sequer acorda, mas aí eu fico me perguntando: qual a necessidade disso a não ser pura estética?
E, de certa forma, acabo me enxergando na pequena que teve a orelha furada... Porque eu também tive o meu furo na orelha feito quando eu nasci! E bem, eu não escolhi isso sabe?
Calma, eu não odeio a minha mãe porque ela fez isso. Eu fico pensando em tudo o que envolve esse simples furo, o fato de que gente tem que identificar que é uma menina, já que está de brinco.
É só um furo, mas eu considero bastante invasivo. (Nem vamos entrar na questão de vacinar a criança, porque aí é diferente, é para a saúde!)
E vendo essas situações eu fico bastante reflexiva porque meu tipo de personalidade fica procurando lógica nisso e não tem mesmo. São apenas coisas que nós são impostas e nós que lutemos!
Quando fiz meu segundo furo - porque eu quis - no ano passado, sofri um bocado. Ficou quase um mês para cicatrizar e imagino isso com bebê de dias entendem?
(Engraçado que meu irmão fez o primeiro furo dele ano passado também e foi um quase escândalo, mas eu ter furo tem 30 anos é de boas!)
(Só para constar, não é uma crítica às mães que fazem... É um pensamento meu!)
E tudo isso me lembra uma outra coisa!
Pelas minhas andanças no twitter, esbarrei num postagem que parecia bem besta, mas que me botou pensativa também!
Não recordo os detalhes, mas a pessoa estava falando sobre como ela tinha dificuldade de mostrar para a mãe o cabelo dela colorido, porque a mãe dela não gostava e ficava criticando. E observação: essa pessoa era pelo menos 25+! E mesmo assim tinha um puta receio da família com o jeito dela.
E ironicamente, acabei me enxergando nisso também. Porque até mais ou menos meus 16 anos, eu mal podia escolher qual era meu corte de cabelo. Vivia num ciclo de ter cabelo curto, deixar crescer e depois cortar de novo. E sempre detestei meu cabelo curto, justamente por causa disso e deve ter praticamente uns 4 anos que não corto o cabelo curto. Tudo isso porque eu finalmente pude deixar ele do jeito que eu quero!
E bem, já passei muito perrengue justamente por ser do jeito que eu sou. Queria entender até hoje os motivos para se incomodarem tanto!
Ou pode ser só que as pessoas querem falar.
Só que a forma que eu me visto ou que eu deixo meu cabelo são apenas problema meu! É a minha escolha, a minha vontade e não diz respeito a mais ninguém!
Pode ser uma coisa besta, como simplesmente fazer um furo na orelha, cortar meu cabelo, vestir uma roupa que eu me sinta, ouvir uma música que eu gosto, assistir algo que gosto.
Muito se critica sobre as escolhas dos outros sobre as próprias vidas, enquanto se cada um tomasse conta de si, com certeza a gente ia viver menos encucado com o que os outros iam pensar do que só fazer o que se quer!
 

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