sábado, 8 de julho de 2023

Precisamos falar sobre... #34: Tretas literárias: autores racistas e homofóbicos

 
 
Olá, pessoal! Como vão? Eu espero que bem!
Mais uma vez, um tipo de postagem dessa se faz necessária, até porque rolaram umas tretas literárias bem no finalzinho de Junho que eu não posso deixar de comentar, pois sempre acabam me deixam reflexiva.
Esquecendo um pouco do detalhe de que essas tretas são sempre meio cíclicas, de vez em quando acontece realmente uma polêmica que é algo a se comentar.
E ironicamente, as duas aconteceram justamente nesse período do Dia do Orgulho LGBTQIAP+.
A primeira história é de uma autora relativamente famosa e que tem livros publicados com editoras de médio porte e grande porte. Bom, descobriram um perfil fake dela, onde ela comentava sobre algumas coisas, porém a maioria delas acabava sendo bastante racistas e até homofóbicas.
Depois o pessoal foi ligando os pontos e perceberam que ela raramente coloca representatividade racial e sexual (não sei se é o termo certo) nas histórias, o que fazia muito sentido com relação aos comentários em específico sobre a escalação da Hailey Bailey como a Ariel no live-action de A Pequena Sereia. (Foi essa uma das prints mostradas.)
Se não me engano, o nome dela é Raissa e o perfil dela no insta é garotabestseller. (Tô botando o nome mesmo, mas espero que não role nada, tô só comentando do caso).
Assim, sendo sincera, quem nunca teve um perfil fake para poder comentar umas coisas em paz? Só que isso não é nem uma desculpa para ser claramente preconceituosa.
A bomba estourou bem forte para o lado dela, o que acho justíssimo, e bem, ela já perdeu o contrato com uma das editoras, que foi bastante cobrada quanto a um posicionamento quanto a situação.
Alguns dias depois, a autora postou um vídeo curto de retratação, mas esses tipos de vídeo sempre acabam tendo a mesma energia, apenas uma desculpa para "não pegar tão mal".
Enfim, isso me bota na reflexão de que sempre devemos observar a pessoa por trás das coisas que lemos e tem um exemplo ótimo disso, que é a JK Rolinha, que bem, nós sabemos da história.
Ainda não sei mais os capítulos dessa história, pois a treta deu uma amornada depois do pronunciamento dela, de uma das editoras - pois a outra nem deu sinal de vida - e mais nada aconteceu.
Enfim, vou deixar uns tweets para ilustrar.
 
 
 
Já a outra história é bem ligado com a data do Orgulho LGBT+.
Uma ilustradora, que trabalha com muitos autores, alguns deles do vale, postou sobre o dia do Orgulho. Muitos dos desenhos que ela fazia relacionado aos livros são de casais homoafetivos, personagens trans, entre outros. E bom, é aquele ditado: Não todo crente, mas sempre um crente. Ela, a ilustradora, por ser evangélica e acreditar nas coisas que acredita, disse com todas as palavras que "Jesus não gosta de LGBTQIAP+" e que "todos eles iriam para o inferno", mas que se seguissem "o caminho" - no caso, deixando de ser quem são - seriam perdoados e teriam seu lugar no céu.
O menor do problemas aqui é a pessoa ser crente e ser homofóbica - ainda é um problema, não estou negando isto - mas a bonita ter a pachorra de postar uma coisa dessas quando já fez muitos trabalhos relacionados a isto.
Claro que ela também foi cancelada e muitos autores que tinham encomendado coisas com ela resolveram trocar as ilustrações de seus livros.
E o pior que isto piora ainda, porque depois da treta toda, ela fez um outro posicionamento muito infeliz tentando justificar que a postagem anterior tinha sido feita com uma "boa intenção" e que ela encarava o trabalho de ilustradora como trabalho mesmo e aceitava tudo o que vinha.
Engraçado que para ganhar o dinheiro, o pink money, ela tava super disposta, mas agora respeitar, inclusive as escolhas e religião dos outros ela não está.
Eu já tenho muitas questões com evangélico um cadinho mais radicais e este é só mais um exemplo.
Confesso que seria mais justo que ela só não aceitasse o trabalho mesmo, porque pelo que ela escreveu nas postagens, são uns valores bem doidos viu? Alias, até o uso das palavras dela é bastante característico.


Depois de mostrar as histórias, o que eu quero falar?
Bom, realmente temos que observar muito bem com quem trabalhamos ou quais livros nós lemos, infelizmente.
Por um lado, não significa que a pessoa não possa errar e depois mudar de comportamento, mas o que incomoda é que esses pronunciamentos sempre parecem muito da boca para fora, só para não perder seguidores e outras coisas, não parece ser uma coisa genuína sabe?
Já por outro, a pessoa ser assim e não querer mudar demonstra realmente a índole dela.
E é aquele ditado também: STOP MAKING STUPID PEOPLE FAMOUS.
Cada dia que passa e com as redes sociais, eu percebo o quanto essa frase é bastante real, não só com o meio literário, mas em muitos outros também. (Ou melhor, talvez elas só tenham um marketing melhor.)
Enfim, fica a reflexão que eu nem sei se deu para entender.
Espero que vocês tenham gostado!
Até a próxima!

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