sábado, 23 de fevereiro de 2019

Resenha #46: Cavaleiro Negro


Olá, pessoal!
Tudo bem? Eu espero que sim.
Cá estou hoje com a primeira resenha do ano aqui no blog. O livro da vez é o Cavaleiro Negro, do autor Davi Paiva. Inclusive ganhei o livro de presente do autor, autografado e tudo.
E admito que a resenha de hoje vai ser meio polêmica, mas vamos a sinopse primeiro depois digo o que achei do livro. E já quero deixar avisado que tem alguns spoilers nessa resenha.

Sinopse: Fidler Koogan tinha oito anos quando seus pais foram assassinados na sua frente e ele foi mandado para um orfanato na província de Ryddle, uma das muitas do mundo de Raysh. Lá, ele viveu seis anos sofrendo mais perdas que consumiram o seu coração. Aos 14 anos, ele fez uma promessa: voltar e conquistar Ryddle para governá-la, não importando os riscos, os recursos ou quem encontrasse em seu caminho...


Cavaleiro Negro é um livro de alta fantasia, ambientado no mundo de Raysh, e que conta a história de Fidler Koogan, um humano, começando desde a sua infância até a sua ascensão como Rei. Tudo isso com sete arcos muito bem divididos e que contam toda essa história.
O livro já começa com o atentado que matou os pais dele, na cidade de Ryddle. Ele tinha apenas oito anos e foi levado para o orfanato da região. E foi lá que ele cresceu desde então. A cidade tinha uma população bem sofrida por conta dos abusos dos governantes e da nobreza.
As crianças do orfanato eram dividas em grupos para cuidar dos afazeres. Dentro do grupo de Fidler tinha a sua melhor amiga: Mara. Ela a líder dessa equipe!
Passam os anos, Fidler - já com 14 anos - vai ser adotado por Gallen Galaway, que é um espadachim de Krigium. É um dos estilos de luta de Raysh, é "o estilo bonzinho" e tem o Menium que é "malvado". (Uma coisa bem Star Wars com Jedi e Sith.) Já amiga Mara é desposada por Hassum, um mercador nobre da cidade. Porém um acontecimento e uma injustiça após o casamento fazem despertar nele uma fúria e um desejo de vingança e ele prometeu para si que tomaria a província no futuro.
Então, Fidler se muda para Wares com o seu agora mestre e lá ele começa seu treinamento para se tornar espadachim, mas ele nunca esqueceu a promessa feita.
E até o final desse arco que o livro começa a desandar!
Fidler é um anti-herói claramente, mas não é aquele tipo que a gente até simpatiza. Bom, eu ao menos fui perdendo o gosto por ele durante o livro. E depois de que eu fui perceber o problema: Fidler Koogan é um personagem Gary Stu. Ele é excelente em tudo o que ele faz, e ele é assim desde sempre. De primeira ele consegue fazer tudo!
Isso ficou mais claro na ocasião da bola de fogo, mais na frente no livro. A maga ensina-o a lançar a bola, mas com objetivo de acertar uma escrava que seria morta de qualquer forma, mas o Fidler erra, a bola só raspa na pessoa e pega na parede. Depois, ele conta que, na verdade, ele errou de propósito. Ai foi demais para mim!
Confesso que achei interessante o uso da magia no livro e como definiu a afinidade com os elementos, que são seis. Por exemplo, do protagonista são fogo e trevas. Você tem uma palavra para cada elemento e diz a ação depois. E tem o sistema de ser esforço físico, que pode te incapacitar se usar força demais e têm as gemas que aumentam o poder das magias.
O livro é bem corrido e movimentado, porque o protagonista viaja muito e faz muita coisa, mas tem momentos que parece corrido até demais e tem muita informação, tanto da história do mundo quanto dos "sistemas", como o de magia.
Admito que estava lendo meio arrastada, pelo fator de ter pego ranço do Fidler já.
Ai, o autor para a história principal para apresentar um personagem completamente novo: Kai Gon, que é um elfo samurai. Parou um capítulo só para contar como foi a vida dele até então.
Eu, na minha inocência, pensei: Poxa, finalmente um rival para o Fidler, alguém a altura dele para se opor e dar um pouco de trabalho para ele. Foi um engano!
Ele morreu poucos capítulos depois, de uma forma bem ridícula e eu fiquei extremamente revoltada, porque ele pareceu um personagem mais interessante que o Fidler. Se ele tivesse ficado vivo até a parte do clímax teria sido melhor, na minha humilde opinião.
Alias, todos os secundários acabam sendo mais legais que o protagonista. Eu tenho tendência a gostar de protagonista, mas se eu prefiro um secundário pode ter certeza que tem algo errado pra mim. Úrsula, Pesadelo, Shakerald, Zalan. Tão diferentes, mas são personagens interessantes. Uma pena que boa parte desses acaba morrendo pelas mãos do próprio Fidler.
E sabe quando você já lê um livro sabendo o final dele? Pois é!
Na metade do livro, eu já tinha ideia do que ia acontecer no final: Fidler ia cumprir sua vingança.
Tem livro que a gente lê e mesmo sabendo qual vai ser o final, queremos lê-lo para saber como é até lá. Com esse livro não é assim! Fidler é tão obstinado e a obstinação dele acaba irritando em certo momento. Nada nem ninguém o para!
Um outro ponto positivo é que nada nesse livro acontece por acaso. Nada acontece convenientemente para a história andar. Não tem Deus Ex-machina aqui. Mas, creio que o Davi fugiu tanto de uma coisa, que acabou acertando em outra, que é num protagonista que é simplesmente invencível e implacável.
E outra coisa, eu achei o último arco do livro completamente descartável. São 90 páginas que acontecem depois que o Fidler finalmente se torna Rei e mostra a administração dele. Não tem nada realmente muito relevante nessa parte, tirando o fato que ele se casa, tem filhos e cria um estilo de luta "cinzento". Esse arco podia ser um epílogo de umas dez páginas com apenas as cenas mais importantes.
Cavaleiro Negro tem uma premissa até interessante, mas que acaba se perdendo no meio do caminho. O mundo de Raysh é muito bem construído e até explorado um pouco durante o livro, o que é bom. Gostei do fato de ter um lado ocidental e outro oriental no livro. Adorei a construção dos continentes, da mitologia, das raças. O universo fantástico estava sim bem feito!
Mas, infelizmente, esse livro quebra aquela regra de "Todo livro bom tem um mapa". Esse livro não foi nem de longe bom para mim, eu quase o larguei no meio várias vezes, foi por isso que demorei tanto para ler, eram momentos pensando se valia a pena.
Eu terminei por questão de honra e para poder lhes trazer essa resenha.
Admito, foi a resenha mais difícil que eu já escrevi pro blog.

Avaliação:


Então, pessoal, essa foi a resenha de hoje.
É muito difícil escrever uma resenha negativa, mas foi necessário, até porque vocês sabem que eu sempre sou sincera aqui com vocês.
Vou ficando por aqui hoje.
Até a próxima!

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