Olá, pessoal! Como vão? Eu espero que bem!
Cá estou hoje trazendo mais uma edição do "Dicas para escrever", que nada mais é do que a nossa pequena dose da Anelise metida a achar que sabe muito de escrita. E o tema de hoje é justamente a tão querida e estimada por todo mundo: A Criatividade e com o mantê-la.
Falei sobre um tema um bocado parecido numa das edições da minha newsletter de autora. (Onde eu falei mais coisas do que eu vou falar aqui!)
Estou aproveitando e consultando um pouco do livro "Despertar Criativo" das Irmãs (Fernanda e Amanda) Longoni para falar algumas coisas por aqui desta edição. Aproveitando algumas marcações que fiz durante uma primeira leitura que eu não terminei, mas recomendo o livro porque ele é realmente muito bom! (Mas vai ser mais como inspiração do que como citação mesmo viu?)
Ainda quero reler, chegar de onde parei e ir fazendo algumas anotações, pois este é um tipo de livro que não é só para ler, mas sim para estudar. E quem sabe resenhar no blog né?
Enfim, bora começar logo!
O que é Criatividade afinal?
Por definição, a criatividade é a habilidade de criar, de inventar, de usar a imaginação e transbordar isso para fora, de alguma forma.
Observar o mundo ao nosso redor e fazer algo novo com isso. Sair do conformismo, de viver um dia de cada vez, simplesmente no automático e esquecendo de enxergar as belezas das coisas mais simples e das mais complexas também.
Todos nós temos um pouco de criatividade, de uma forma ou de outra. Mesmo que não pensa ser criativo, pode ser, à sua maneira. A criatividade tem a ver com o inventar... Claro que pensamos mais nas formas de artes, como escrita, música, pintura... Porém, trabalhamos com ela o tempo todo. Pensar numa maneira de resolver um problema, pensar num caminho diferente ou pensar em algo para comer.
A Criatividade é uma coisa do ser humano e estamos em contado com ela o tempo inteiro, mesmo que não percebamos!
Lidar com a criatividade é... Difícil!
Mas, indo para a parte mais profunda da questão, que são quem realmente trabalha com a criatividade diretamente, como escritores - que é nosso maior foco aqui, mas serve para todas as profissões criativas.
Eu imagino que a criatividade seja um combustível e que vamos regulando os usos dela e reabastecendo sempre que necessário. Principalmente para quem lida com ela "profissionalmente". Em nós, esse combustível costuma gastar muito mais e até acabar com mais frequência; além de sofrer com diversas interferências, a maioria delas externas e outras internas.
As externas podem ser só os problemas iguais aos que muitos outros têm; já as internas são mais pessoais, como uma autocobrança inflexível, de querer construir algo "legal" e "interessante" e que "as pessoas gostem". E acreditem, isso queima (e desgastada) de uma forma que é complicado!
Lidar com a criatividade é saber que existem os altos e baixos dela; pois haverão dias em que estaremos ótimos e cheios de energia e explodindo de ideias; enquanto outros estaremos quebrando a cabeça para sair uma simples linha no papel, mas não vai acontecer de jeito nenhum.
Deixando de referência um trecho do que escrevi na minha newsletter - Boletim de Anelândia:
"Afinal, todo mundo é ser humano e não uma máquina que sempre é capaz de produzir incansavelmente. Temos uma vida, problemas, questões (que se lidam em terapia) e que acabam por nos atrapalhar, mesmo que não seja a nossa intenção.
Então, a não ser que se tenha realmente muito controle – e autocontrole -, vão ter dias de altos e baixos mesmo, não adianta insistir nos baixos. Invista nos altos e aproveite o fluxo!"
Então, sim, lidar com a criatividade é bem difícil quando se precisa dela diretamente. O que pode ajudar um pouco é construir alguns hábitos para "condicionar" essa criatividade a funcionar, como escolher um momento para poder planejar ou escrever - como já comentei em algumas edições das dicas por aqui.
Como se manter criativo
Além da construção do hábito que eu falei logo ali em cima, o nosso processo criativo é toda uma construção nossa e bastante pessoal. Podemos até estabelecer alguns padrões, mas não vai ser exatamente igual para todo mundo.
O que quero dizer com isso? A maneira que cada um de nós idealiza e coloca uma ideia para fora é bem diferente; como ela vai nascendo na cabeça e depois ganha o mundo tem muito a ver com que somos, com as coisas que construíram a nossa personalidade, sejam nossas influências ou referências.
Tudo o que vemos, ouvimos e observamos acaba indo - direta ou indiretamente - para todas as nossas criações.
Para manter a chama da criatividade acessa, ou melhor, para manter o combustível sempre cheio; devemos sempre estar em contato com coisas que nos inspiram; como músicas, filmes, livros, séries, as nossa relações com amigos e família.
Se manter rodeado daquilo que nós faz ser quem somos, nossos gostos e outras coisas. São elas que alimentam a nossa inventividade, nossa imaginação e consequentemente, nossa criatividade.
Então, sempre que puder, tire um tempo para poder estar em contato com isso, sempre enchendo a mente com coisas que nos inspiram.
Tem dias que não vai rolar e tá tudo bem!
Outra coisa importante a se falar nesta edição é que realmente vão acontecer aqueles dias em que simplesmente a criatividade não vai fluir. O que sair não vai estar "suficientemente bom" e vai acabar causa mais frustração do que qualquer outra coisa.
Sei que, por trabalharmos com a criatividade, cobramos demais da pobre, só que nós somos seres humanos e nem sempre estamos bem ou no nosso melhor dia.
Sei também que, especialmente nesse meio atual, onde é cobrada uma produtividade fora do comum; a gente também acaba por se cobrar para conseguir manter seja lá o que a comparação com autor x, y ou z tenha feito. Só que, como falei lá em cima, o processo criativo de cada um é diferente.
Digo por experiência própria! Eu sou uma autora que escreve seus livros de forma bem lenta, realmente vivendo um pouco de cada história e de cada um daqueles personagens presentes ali; levando vários meses ou até anos para concluir. Meu processo é assim e eu já me acostumei sabe?
Muitas vezes já me cobrei - de forma injusta - porque sei de autores que conseguem terminar os livros deles em um ou dois meses; lançando sempre um livro novo, enquanto eu ficava anos "presa" na mesma história.
E eu sofri por causa disso! Levou muito tempo para eu entender que eu era assim e que tava tudo bem.
Mas, uma coisa que eu sempre soube era que existiam os dias em que eu realmente não estava bem e sabia bem que a escrita ia sair aquém do que eu queria. E em vez me forçar, o que eu fazia? Qualquer outra coisa que não fosse escrever! Ia jogar alguma coisa, ver um vídeo no youtube, ler algum livro... Alguma coisa que fizesse a mente relaxar e esquecer um pouco da história!
Aproveitando novamente mais um trecho da newsletter:
"Esperar, nesse caso, é realmente parar! Se dar um tempo para descansar... Tanto o corpo, como a mente (principalmente)! Uma cabeça cansada não consegue produzir tão bem quanto uma descansada. Pode até sair alguma coisa, mas a um custo muito pior do que poderia ser se ocorresse uma pausa.
Tirar mesmo algumas horas ou até uns dias – a depender do caso, só você mesmo pode saber – para tirar os pensamentos daquilo que estão causando o desgaste.
Se dar um tempo para respirar é importante sempre! Não tenha vergonha de parar. Como disse lá em cima: Somos humanos e não máquinas, precisamos de descanso."
Então, não tem problema nenhum não conseguir sempre e tá tudo bem em parar! Não é vergonha alguma e ninguém vai ficar te cobrando porque você parou!
Vá pensar ou fazer outra coisa, logo a criatividade volta e dá para continuar de onde parou. Faça sempre no seu tempo e sem se cobrar demais.
Bem, pessoal, é isto! Espero que tenham gostado do "Dicas para Escrever" de hoje e quem sabe não retorne com este tema assim como farei na newsletter né?