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sábado, 15 de junho de 2019

Precisamos falar sobre... #19: Literatura Sensível


Olá, pessoal! Mais uma postagem dessa se faz necessária. Não tendo em vista nenhuma polêmica recente ou algum acontecimento que desperta. Na verdade, dessa vez, foi um acontecimento comigo especificamente e não é a primeira vez que acontece.
Enfim, ainda lembro sobre a postagem desse tipo que fiz sobre o livro A Escrava e a Fera. Que na boa, realmente era um livro mega problemático por muitas razões. E também lembro que citei meu próprio livro naquela postagem. O livro que está em publicação no Wattpad  (e em outras plataformas digitais) e com a campanha no catarse.
Nesse última semana, inocentemente, fui num grupo de autores e comentei da labuta de divulgar a campanha e coisa e tal. E sempre rola de vir alguém perguntar a sinopse, sobre o livro. Uma menina fez isso na postagem e eu - na minha santa inocência - mandei. E bem, depois recebi uma resposta. E bem, era mais uma daqueles críticas nada delicadas. A postagem até foi apagada posteriormente, não por mim, mas foi melhor assim. Até tenho as prints, porque enviei para um grupo, mas prefiro não postar aqui. Só para evitar a fadiga e não quero expor.
Enfim, aconteceu uma história já conhecida minha. As pessoas que leem dois capítulos ou três e vão xingar horrores o meu livro. Já aconteceu umas três vezes, pelo menos. E mais uma vez a minha vontade de gravar um certo vídeo me veio, justamente sobre esse tema.
Primeiro, apenas ao ler a sinopse, ela perguntou como que eu podia tratar de forma banal e romantizada um tema tão delicado quanto escravidão. Respondi dizendo que não. Não havia romantização!
Ai pronto! Era tudo o que precisava. Depois veio um outro comentário dela, falando mal até dizer chega. Falando que meu livro era problemático e que tinha apologia a estupro, a pedofilia e a escravidão. E que ela ficou super desconfortável com a cena da primeira vez da personagem e que aquilo era um estupro romantizado.
E eu, Anelise neurótica, fiquei nervosa, chorosa e mega sentida. (Ainda bem que minha aula tinha acabado!)
E fui desabafar num grupo de autores e o povo lá é maravilhoso e falaram coisas que fazem muito sentido.
Primeiro que a pessoa em questão não devia ter lido minha história só para "ver como era", ainda mais que pela sinopse, ela sabia o tema. (Isso é um misto do que eles falaram com o que eu concluí.)
E bem, a pessoa leu de pirraça e para passar raiva, porque não é possível. E para evitar esse tipo de coisa deveria colocar o aviso de gatilho.
Segundo que eu deveria simplesmente ignorar e não responder. Até porque eu nem sabia como ia responder aquilo. Porque sim, ela entrou com um monte de coisa que eu falo aqui no blog. E não quer dizer que ela estava errada, mas analisando a obra como um todo, aquilo faz sentido.
E o que eu quero falar com esse postagem?
É que atualmente tem alguns leitores/autores que pensam que não se pode falar de temas delicados em livros. Não se pode falar por tal tema porque ele é sensível!
Claro que se pode, claro que se deve. Porque a literatura está ai não só para ser fofinha e bonitinha, ela também entra como uma crítica social. Uma crítica e uma reflexão a qualquer coisa!
Você pode falar de temas no seu livro e que não necessariamente se concorda ou se ache "legal". Eu não acho nem estupro, nem pedofilia e nem escravidão algo legal. Acho que não deveria nem existir. Mas, eu tenho essa tema no meu livro e ok. Foi o que eu quis colocar!
O que acontece é que tem pessoas que tem certos gatilhos com alguns temas, o que é normal para elas. A que estão é quando elas são sensíveis a esses temas. Ai, cabe a elas, ao ter essa sensibilidade evitar de ler histórias com este tema. O que não foi o que aconteceu com a pessoas que criticou a história. Se é um tema que ela tem gatilho, óbvio que vai incomodar e ela não vai gostar.
Existem temas que eu não gosto e eu não consumo nada com isso.
Mas, outro ponto que sempre falam é - saindo um pouco do tema da "literatura sensível" - que meu universo é inverossímil, irreal e que não faz sentido. (São três sinônimos para a mesma coisa.)
E bem, existe uma coisinha chamada "Verossimilhança interna". É esse detalhe que me faz sim meu universo tem lógica, dentro dele, apenas para os personagens. Todas as mídias possuem esse tipo de verossimilhança. Tem país que faculdade é paga e quando a falamos que no Brasil é de graça, eles praticamente não acreditam. Existem realidades diferentes seja no mundo ou em livros. Não quer dizer que elas estão corretas.
Enfim, só quis escrever isso aqui e ficou enorme, mas acho válido.
É para se pensar sobre como avaliamos as obras e mídias que consumimos. A tudo cabe uma interpretação, seja nossa ou seja a obra dentro dela própria.
É isso! Até a próxima!

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